Nesta Primeira parte estudaremos a origem da Bíblia, desde a simples a simples designação do termo a formação do chamado Canon Sagrado. O entendimento desse rigorosa processo de nascimento e formação das Escrituras Sagradas revelam a grandiosidade desse livro que, rompendo os séculos, é a regra de fé e pratica para todos aqueles que desejam conhecer e agradar a Deus.
As Origens
As origens do termo Bíblia e seu uso na Atualidade
Historicamente, o termo Bíblia é derivado de uma das mais importantes cidades portuárias da Fenícia, Biblos, hoje Gebal, localizada a cerca de quarenta quilômetros ao norte da atual Beirute.
Na antiguidade, esse local foi um poderoso centro comercial, onde eram vendidos produtos como: madeira de pinho cedro(utilizado na construção de navios casas e confecção de moveis e urnas mortuárias), resina para mumificação, vasos, perfumes, tecidos de linho, cordas, couros, vacas, bois, novilhos e o papiro, um dos produtos mais destacados no comercio fenício. O papiro em particular por sua importância para a economia daquela região e sua ampla circulação comercial, foi gradativamente sendo chamado de biblos uma homenagem a cidade finicia.
A origem do termo biblos, portanto, parte dessa associação que tanto os comerciantes(que vendiam e compravam o papiro) quanto aqueles que faziam uso desse material na escrita, principalmente os gregos, faziam com a cidade produtora desse valioso material. Neste sentido, pensar em papiro era pensar em Biblos, e vice e versa.
É somente pro volta do segundo século depois de Cristo que a Igreja Primitiva passou a empregar o termo (biblos) em sua forma plural, ou seja, Bíblia, que significa literalmente “livros”. Deve-se notar, entretanto, que atualmente quando nos referimos a Biblia como “o Livro”, não obstante esteja o termo no plural (Bíblia, livros), o fazemos em virtude de sua tradução de sua tradução para o latim, quando Bíblia passou a significar Livro.Isso não significa, que a idéia de pluralidade esteja suprimida, muito pelo contrario, o termo Bíblia resguarda a idéia primordial de sua formação a partir da junção de diversos livros em um único volume, o que chamamos atualmente – Bíblia
Estrutura da Bíblia: Origem e Forma
A bíblia possui uma estrutura singular. Dividida em dois blocos distintos, Antigo e Novo Testamento, sua origem tem como ponto de partida o fato de ter sido escrita por cerca de quarenta autores diferentes envolvidos nas mais diversificadas tarefas da vida diária (política, serviço militar, serviço publico, sacerdócio, saúde etc.) e cada um deles, distintamente, agentes de seu proprio momento histórico. Entre estes autores estão eles: Moises, um político; Josué, um general; Samuel, um sacerdote; Neemias, um copeiro; Mateus, um coletor de impostos; Lucas, um medico; Paulo, um rabino.
Em linhas gerais, a origem dessa estrutura que a Bíblia evidencia, tem na unidade seu elemento diferenciador, uma vez que diante da imensa diversidade de textos que eka engloba( diferentes autores com estilos literários diversos e separados por décadas, séculos e milênios de historia), percebe-se uma concordância plena, uma espécie de “fio de ouro” que percorre suas paginas denunciando a autoria suprema de Deus. Neste sentido, a unidade, conjugada com a diversidade de textos divinamente coordenados, constituem a origem da estrutura da Bíblia.A final de contas não estamos diante de um livro qualquer, mas perante uma obra forjada durante cerca de mil e quinhentos nas e que embora expresse a irrefutável verdade divina, resguarda os traços literários e a capacidade intelectual de seus autores humanos.
A estrutura da Bíblia, na forma como é apresentada: uma seqüência de livros, dos mais diversificados gêneros( lei, historia, profecia, poesia, etc.), e que tratam unicamente da salvação dos homens mediante a pessoa de Jesus ( esse é o tema central das Sagradas Escrituras), não constitui mera adequação cronológica como todos imaginam. Isto é, a ordem em que a Bíblia se encontra, iniciando com o livro de Gênesis e terminando com o Apocalipse, não seguiu meramente a ordem lógica dos fatos narrados, o inicio (Gênesis) e o fim de todas as coisas (apocalipse). Isto é uma concepção simplória da verdade pó trás da disposição dos livros sagrados na forma como se apresentam.
O oposto deste entendimento mais simples, é o fato de que por trás da organização dos livros na seqüência em que se encontram se acha um fundamento essencialmente teológico , e não uma mera disposição cronológica, ou seja, a crença em um Messias e no cumprimento das profecias relacionadas a Ele. É em virtude disto que a Bíblia, tal como utilizada pelos cristãos, diverge de forma estrutural da Bíblia utilizada pelos Judeus não que haja um choque de entendimentos a respeito da realidade do Messias prometido e de sua missão de salvamento (Gn.3.15), afinal de contas, tanto os judeus como os cristãos acreditam nisso, mais em relação a identidade desse Messias: para os judeus o Messias ainda não veio; para os cristãos Jesus é o Messias prometido.
É a partir desse entendimento, ou seja, desse ponto de vista teológico, que os livros que compõem a Bíblia Hebraica seguem uma seqüência diferente daquela apresentada pela Bíblia Cristã. Portanto quando o assunto é a estrutura das Sagradas Escrituras, é pertinente iniciarmos para efeito de comparação, com informações pertinentes a organização dos livros que compõem a Bíblia Hebraica e, em seguida a composição estrutural da Bíblia Cristã.
A Bíblia Hebraica também conhecida como Tanack, apresenta os mesmos livros que compõem nosso Antigo Testamento. A difenrença entre ambas é a ordem em que esses livros aparecem. A hebraica, que segue a divisão citada por Jesus em Lucas(24.44)”[...]convinha que se cumpri-se tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moises, e nos profetas e nos Salmos”, dispõe os livros proféticos(Isaias, Jeremias, Ezequiel, Oséias, Amós, etc.), que falam do Messias, no meio da Biblia Hebraica (entre a Lei e os Escritos), dizendo com isso que o Messias ainda não veio, que as profecias a Seu respeito ainda não se realizaram. Esta é a razão da ausência dos livros do Novo Testamento n a Bíblia Hebraica, afinal de contas Jesus nunca foi aceito como o Messias para os Judeus (Jô.1.11) e ate a noticia de sua ressureição (Mt.28.10; Mc.16.1-8; Lc.24.1-12; Jô.20.1-10) foi deturpada pelos lideres religiosos judeus (Mt.28.11-15).
A ordem dos Livros obedece ao seguinte padrão:
A Bíblia Cristã tal como a conhecemos, é diferente da Hebraica. A diferença esta na disposição dos livros que compõem o Antigo Testamento ( os mesmos livros contidos na Bíblia Hebraica) e no acréscimo do Novo Testamento. A Bíblia Cristã desloca os livros proféticos do meio para o fim do Antigo Testamento, não é por acaso que, imediatamente a esses livros proféticos temos, os Evangelhos que abrem o Novo Testamento, e ainda que a vida de Cristo constitui o cumprimento das profecias citadas nas paginas do Antigo Testamento. Vejamos a ordem obedecida por ela:
Conforme tivemos a oportunidade de ver acima, a Bíblia Hebraica, quando comparada a Bíblia Cristã, difere-se em dois pontos fundamentais: A ordem dos livros e a ausência do Novo Testamento. Portanto, a disposição dos livros da Bíblia tal como a conhecemos, não é obra de mera causalidade, mas resultado de um principio teológico bem definido, ou seja, a crença de que Jesus Cristo é o Messias prometido e que, assim sendo, a disposição dos textos sagrados deve ser ordenada a partir dessa premissa. Afinal de contas, Cristo é o personagem central das profecias e n`Ele, e para Ele, convergem todas as coisas (Rm
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